terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A busca pelo óleo ideal continua... Parte II


Muito boa noite, queridos leitores!

Como vai a vida de vocês? Tudo bem?
Espero e desejo que sim, que as coisas estejam caminhando bem para todos.
Para mim, a correria e a necessidade de manter o blog sempre com um tema novo nunca param...
Graças a Deus!
Bom, vamos voltar a tratar do tema "lubrificantes de motores à combustão interna"?
Vamos lá!
Para matar logo a curiosidade de um amigo leitor, que comentou, no post anterior, que queria saber tudo acerca da "sopa de letrinhas", que é encontrada nas embalagens dos lubrificantes, e que serve para a classificação dos óleos quanto à sua utilização e quanto à qualidade dos mesmos, vou logo ao assunto.
Observem a imagem abaixo:



Estes círculos, cheios de letras e números, muitas vezes são encontrados nas embalagens dos lubrificantes que utilizamos em nossos veículos. 
Se as embalagens possuem tal círculo, os produtos (lubrificantes) passaram pela avaliação do American Petroleum Institute, ou "Instituto Americano do Petróleo" e o tal "API", à frente da palavra "SERVICE", é exatamente a sigla que indica que quem fez a certificação do óleo foi o tal American Petroleum Institute.
E isso é muito bom!
Trata-se de instituição séria e que é muito criteriosa na avaliação dos produtos.
Alguns lubrificantes, no entanto, trazem apenas a inscrição "equivalente ao grau API SL" ou "semelhante ao grau de aditivação API CI-4", sem exibirem o círculo ou "donut" - como os americanos chamam o símbolo - do "API", o que demonstra que não foram lubrificantes homologados pelo American Petroleum Institute. 
Foram, na verdade, avaliados pelo próprio fabricante que, talvez por economia ($$$) ou por saber que o óleo não atenderia os requisitos exigidos pelo instituto norte-americano, optaram por lançar o produto no mercado, sem a referida homologação.
Fuja desses produtos.
Podem até ser bons e de qualidade os óleos que estão à venda, sem a homologação via "API", mas pergunto ao leitor: Se você pode usar o melhor e o mais garantido no motor do seu carro, qual o porquê de usar algo que não te garante em absolutamente nada?
Entenderam onde eu estou querendo chegar?
Se a empresa X ou Y quer mostrar seriedade e, também, demonstrar ao consumidor final que tem um produto à altura dos mais exigentes padrões exigidos pelo American Petroleum Institute, vai investir dinheiro na homologação do produto, confiando os testes do produto a uma instituição séria e renomada.
Não é mesmo?
Então, leitor amigo, você já viu que o tal "API" quer dizer American Petroleum Institute, não é mesmo?
Tá bom! E o tal "SERVICE", depois do "API"? O que é isso?
Olhem, por favor, a imagem abaixo, que traz a versão real e final do símbolo de uma homologação de um lubrificante considerado moderno, atual, para os nosso padrões:


O "SERVICE" quer dizer que a homologação foi de um óleo destinado à lubrificação de motores à combustão interna. Alguns dizem que é apenas um termo, utilizado para designar o nível de aditivação e de proteção conferido pelo óleo, que será especificado exatamente pelas duas letras que o seguem dentro do círculo.
Pode ser... E vou explicar o porquê logo, logo...
Há várias classificações de óleos destinados aos motores à gasolina, álcool (etanol), movidos a gás natural e para os movidos a diesel, mas é a primeira letra, logo após a palavra "SERVICE", que indicará se o óleo se destina a um motor à gasolina, álcool, gás natural ou se o lubrificante se destina a um motor a diesel.
Vamos lá! Explico: Se encontramos, após a palavra "SERVICE" a letra "S", que quer dizer exatamente "SERVICE", esta letra quer dizer que temos um lubrificante homologado para a utilização em motores de carros, vans, picapes leves, médias e grandes, além de pequenos caminhões, equipados com motores movidos à gasolina, a álcool e a gás natural.
Se, no entanto, a primeira letra após a palavra "SERVICE" for "C", estaremos diante de óleos desenvolvidos para a proteção de motores de caminhões pesados e demais veículos equipados com motores diesel. A letra "C" quer dizer "COMMERCIAL", ou "comercial" em português.
Desta forma, considero que assiste razão a quem discorreu sobre o fato do termo "SERVICE" realmente apenas indicar o nível do óleo que será indicado pelas duas letras ou pelas duas letras e mais um número - como veremos a seguir -, que classificam o grau de avanço e de aditivação de um lubrificante.
Olhemos para a imagem acima (o "API donut" ou "API's Certification Mark and Service Symbol") novamente, por favor. 
A letra que se segue ao "S" de "SERVICE" indica o nível de aditivação do óleo.
Quanto mais alta é esta letra no nosso alfabeto, mais avançado é o óleo.
E daí tiro uma primeira lição: Se o manual do proprietário do meu e/ou do vosso carro, leitor, manda que o óleo utilizado seja um 15W - 40 API SL, sei que podemos utilizar normalmente um óleo melhor, que seja classificado como "SM" ou "SN", entenderam?
Ora, ora, a letra "M" e a letra "N" não são posteriores à letra "L"?
Claro que são!
Então, se o óleo tem a mesma viscosidade especificada pelo fabricante do motor, ou seja, 15W - 40, posso melhorar a aditivação do óleo, sem qualquer prejuízo ao motor, passando para um produto que seja classificado como "SM" ou "SN".
A regra é a seguinte: Aumentar para letra mais acima, no alfabeto, pode! Descer, no entanto, NÃO PODE!
Aí,  leitor deste blog me pergunta: Calma aí, Xamã! Quer dizer que esta mudança pode ser feita à revelia do que diz o fabricante do motor?
Sim. Pode ser feita, sem problemas.
Se o manual do proprietário e, consequentemente os prazos e quilometragens das trocas de óleo sempre foram seguidos à risca pelo dono do carro, melhorar o nível de aditivação do óleo lubrificante do motor só trará ganhos.
Fiquem tranquilos quanto a isso...
Olhem a imagem abaixo e vejam como foi o desenvolvimento do nível de aditivação dos lubrificantes automotivos:


Vejam que estamos, atualmente, sob a vigência do grau de classificação "SN", que é o mais moderno.
Esta classificação surgiu em outubro de 2010, já para os veículos ano/modelo 2011.
Óbvio que se pudermos utilizar, em nossos veículos, lubrificantes mais modernos, com maior grau de proteção para o motor, nós o faremos, não é mesmo?
E as melhoras, quando uma classificação sucede a uma outra, são muitas.
Posso assegurar ao leitor isso!
No caso dos motores diesel, a classificação última adotada, é a "CJ-4", segundo os critérios do "API".
Mas, para os motores diesel, as regras de utilização de lubrificantes de diferentes classificações não é tão simples como a que mencionei para os motores à gasolina, álcool e gás natural.
Falaremos sobre os lubrificantes dos motores a diesel mais a frente, então. Em post específico.
Tá! E os números que vemos bem ao centro do símbolo de homologação (ou "API donut")? O que querem dizer?
Só há um significado para eles: A viscosidade do óleo.
Viscosidade?
Sim. O termo, em uma maneira mais prática de explicar, significa a resistência que um fluido enfrenta para se movimentar por sobre a sua própria massa ou por sobre a sua própria matéria.
Assim, quando digo que um óleo é "mais viscoso", digo, em verdade, que ele oferece maior resistência a sua movimentação. Se, porém, digo que um óleo é "menos viscoso", afirmo que oferece menor resistência à movimentação.
Pergunta: Isso é o que as pessoas menos preparadas chamam de "óleo grosso" e de "óleo fino"?
Exatamente, caro leitor!
O óleo lubrificante é um hidrocarboneto, ou seja, é um derivado de petróleo, formado unicamente por átomos de carbono e de hidrogênio e, por essa razão, é um composto orgânico de baixa densidade, sendo mais leve, por exemplo, que a água. Para o leitor entender o que estou querendo dizer, basta pensar o seguinte: A água pesa uma grama para cada centímetro cúbico (1,0 g/cm³) ao passo que um óleo lubrificante qualquer pesa, em média, menos de uma grama para cada centímetro cúbico (0,8 g/cm³).
Então, não há essa de "óleo grosso" ou de "óleo fino", eis que a densidade do óleo, qualquer que seja sua viscosidade, se mantém na faixa de 0,8 g/cm³.
O que existe são óleos "mais viscosos" e "menos viscosos"!
Isso é fato!
E como isso é aferido e o que os números significam?
Bem, quem faz a aferição disso também é o "API", mas em se utilizado do método desenvolvido pela "SAE" ou Society of American Engineering.
Em português, quer dizer "Sociedade de Engenharia Americana".
Essa instituição, ou melhor, essa sociedade de engenharia é quem define os parâmetros (norma SAE J 300) para que o "API" (American Petroleum Institute) realize os testes, as aferições da viscosidade dos lubrificantes, com aparelhos denominados viscosímetros.
Mas, como informação demais cansa, este papo fica para o próximo post, OK!?!
Um abraço enorme a todos!

Xamã do Brasil.

2 comentários:

  1. Obrigado Xamã. Quase que inacreditável mas, depois de 18 anos na mecânica, tive que vir aqui no blog aprender essas classificações kkkkk. Nuca fugi tanto da máxima do "se é recomendado pelo fabricante então é esse que tem de ser usado". Eduardo, estamos acompanhando e divulgando e sempre aguardando mais. Abraço.

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    1. Ícaro, mais uma vez te agradeço pelo carinho e atenção dispensados. Vem bastante coisa por aí! Espero deixar meus leitores com muito conhecimento sobre o mundo do automóvel. Muito obrigado!

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