sábado, 14 de outubro de 2017

A importância que devemos dar ao sistema de refrigeração dos nossos automóveis (Parte I).

 
Muito boa tarde, meus queridos leitores!

Como estão vocês?
Espero que estejam muito bem! Felizes... 
Tenho pesquisado e estudado muito para trazer boas coisas para vocês... Deixei de me preocupar com o tempo que levo para postar, haja vista a qualidade se sobrepor logicamente à quantidade.
Tá na hora de falarmos abertamente sobre o sistema de refrigeração dos nossos carros, picapes, caminhões e, por mais raro que seja, também dos sistemas de refrigeração líquida das nossas motocas.
Partirei aqui de princípios básicos que norteiam o projeto de um sistema de refrigeração líquida de um motor de ciclo Otto (4 tempos), para explicar, primeiramente, o porquê do tópico em si.
Atualmente, boa parte dos automóveis, que saem das montadoras ao redor do mundo, quase não necessita de cuidados com o sistema de refrigeração.
Isto, graças ao uso maciço de água destilada e de aditivos orgânicos, ab initio (desde o início), em tais sistemas.
Daí, a partir do que acabou de se afirmar, já teremos uma primeira máxima, segundo a qual não falaremos mais que uma motocicleta, um carro, picape ou caminhão é "refrigerado à água", eis que a água, há muito, deixou de ser o elemento único para a refrigeração de um motor.
O correto, hoje, é se afirmar, categoricamente, o seguinte: Um motor é refrigerado por "solução líquida".
A partir de tal assertiva, vamos observar a imagem que inaugura este novo tópico, por favor.
Trata-se de um sistema de refrigeração de técnica bem convencional.
Nele, o próprio motor, através da força que produz, movimenta uma bomba d'água e uma hélice de refrigeração, esta que impulsiona grande volumes de ar atmosférico em direção às aletas de um radiador/trocador de calor.
Toda a solução líquida contida dentro do mencionado radiador/trocador de calor e, também, contida no interior do motor, circula entre si, sob diferentes temperaturas, perfazendo um ciclo endotérmico e um outro exotérmico.
Endotérmico, quando, dentro do motor, a solução líquida absorve calor de todas as paredes internas, impedindo a fusão dos metais empregados na construção do motor.
Exotérmico, quando a solução líquida chega ao radiador/trocador de calor, por ação de um rotor de uma bomba d'água, e libera todo o calor absorvido para a atmosfera.
Trata-se de ciclo incessante, que permite ao motor funcionar e produzir altíssimas temperaturas em seu interior, sem que, este fato em si, acarrete quaisquer danos.
Na imagem, que inaugura o tópico, a cor avermelhada designa o ciclo endotérmico.
A cor verde, por sua vez, designa o ciclo exotérmico.
As setas mostram o sentido do ar atmosférico, que perpassa o radiador/trocador de calor, roubando calor da solução líquida e reduzindo a temperatura da mesma.
Será que ficou claro?
Desta forma, já podemos fazer uma segunda afirmação: A solução líquida não pode faltar no interior do motor ou do radiador/trocador de calor.
Se faltar, não há dúvidas de que problemas vários e graves ocorrerão.
Estas noções básicas serão, a partir de agora, aprofundadas.
Muitos leitores que nunca leram sobre mecânica, não compreendem o funcionamento do sistema de refrigeração dos seus veículos e, por isso, acabam incorrendo em erros graves, como o de permitir, por exemplo, que frentistas de postos de abastecimento completem o nível do reservatório de solução líquida dos motores com água de bica, usando os famosos regadores sujos...
Um crime que é cometido em desfavor do consumidor leigo, que, a partir daquele momento, passa a não entender o porquê da falência gradativa das peças integrantes do sistema de refrigeração do veículo que possui.
Uma terceira regra, então, passa a valer a partir daqui: Nunca use água mineral ou, melhor dizendo, água de torneira para completar o nível da solução líquida do sistema de refrigeração.
Jamais faça isso!
Hoje, todo e qualquer carro, moto, picape, caminhão ou ônibus usa, em seu sistema de refrigeração originalmente concebido, apenas água destilada/deionizada, sem sais portanto.
Essas três lições iniciais ficaram claras, pessoal?
São as mais importantes.
Salvam os consumidores de gastarem muito dinheiro com a reparação dos sistemas de refrigeração dos seus veículos.
E este aspecto é muito bom!
Agora, antes de continuarmos, vamos explicar as diferenças entre a água destilada e a água deionizada que mencionei, eis que não são termos sinônimos.
Na água destilada, primeiramente citada, é a água considerada mais pura que se pode obter.
Nela, temos a remoção, por processo de destilação - daí o termo "destilada" - dos elementos orgânicos  e, também, dos inorgânicos contidos na água, sendo que os elementos inorgânicos ficam como resíduos do processo de destilação.
A água é pura e estéril enquanto isolada do contato com o ar ambiente, apresentando PH 7 (neutro). Acaso exposta ao ar atmosférico, acaba tendo a tendência de acidificar, alcançando o PH 5.5, dada a presença de CO2 (dióxido de carbono) dissolvido.
A equipamento para a destilação da água é simples, sendo denominado "destilador", conforme imagem que veremos abaixo:

Acredito que todos os leitores se lembram dos laboratórios de química dos seus colégios, não lembram? Por isso, já devem ter tido contato com o tal "destilador"...
Já a água deionizada mantém os seus elementos orgânicos e inorgânicos, não sendo, portanto, uma água pura como é a destilada. A deionização (ou desmineralização) é, na verdade, um processo de remoção de íons (cátions/ânions) através de um sistema de resinas trocadoras de íons.
O processo pode ser parcial ou total, de acordo com os métodos de eliminação escolhidos e o grau de remoção necessário.
Quando apenas os íons forem retidos nas resinas trocadoras de íons, a água deionizada ou desmineralizada obtida retém suas substâncias orgânicas e inorgânicas sem carga elétrica.
Portanto, o líquido não é puro.
Nesta forma, a água é utilizada nas indústrias com água de processo. Se for para ser utilizada para fins médicos, precisa obrigatoriamente passar por um filtro biológico, para purificá-la completamente e torná-la estéril.
Já temos, agora, apenas neste tópico, que é uma primeira parte de uma explicação mais extensa, uma quarta máxima que deveremos seguir: A água, a ser utilizada na composição da solução de refrigeração do motor, é a destilada. Não a deionizada!
E qual o porquê de se afirmar que a água precisa ser quimicamente pura, isenta de elementos orgânicos e inorgânicos e com PH neutro?
Deixarei a resposta para um próximo tópico, a ser lançado em breve, no qual falaremos sobre as peças integrantes do sistema de refrigeração, abordaremos a questão da corrosão galvânica e da formulação ideal de uma solução de refrigeração para os motores de nossos veículos.
E em um terceiro tópico, abordarei, também, a questão das siglas e códigos dos chamados "aditivos para radiador", que escondem, por trás de si, especificidades e aplicações absolutamente desconhecidas por parte dos consumidores.
Uma excelente tarde de feriado a todos!
Fiquem com Deus!

Xamã do Brasil.

4 comentários:

  1. Uffa! Vida inteligente na madrugada! Valeu xamã!!!!

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  2. Buenas, tava esperando pelo proximo post. Valeu!

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    1. Virá Marcos! Deixa comigo. Tá saindo do forno e caprichado.

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  3. A espera de mais conteúdo de qualidade, encontrei o blog e fiquei triste em saber que está meio parado pois o conteúdo é muito bom.

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