sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Fluidos de freio e de direção hidráulica... Tem que trocar? Quando trocar? Como trocar?

Bom dia, leitores!

Como vão?
Tudo bem?
Passados 22 dias da mudança de ano, não há muito o que comemorar no que diz respeito ao nosso Brasil 2016, não é mesmo?
Dólar já bateu há muito a marca dos R$ 4,00, inflação alta e que corrói os salários dos chefes de família trabalhadores, mercado consumidor registrando as maiores baixas em mais de 20 anos, cerveja ficando muito cara... Ufa! Só dá notícia ruim nos nossos ouvidos!
Bom, mas temos de reagir. Adotar estratégias para uma sobrevivência menos custosa e que nos permita seguir em frente até que dias melhores surjam no horizonte.
E qual é o meu papel neste contexto?
Primeiro, voltar a postar e ajudar um número cada vez maior de pessoas a ter seus automóveis a um custo cada vez menor, eis que, como já falei anteriormente, a manutenção preventiva é a melhor forma de termos carro por um longo tempo e gastando o mínimo necessário.
Então, falaremos hoje sobre o quê?
Sobre fluidos de freio e de direção hidráulica dos automóveis que possuímos.
Já falei sobre a composição e das diferenças existentes entre os tipos de fluidos de freio em post anterior.
Fez sucesso... Muita gente viu! Ninguém postou comentário algum, de modo que acho que ficou bem explicado o que narrei ali.
Mas jaz não respondida a pergunta: Tem que trocar o fluido de freio?
Resposta: Tem!
E o fluido da direção hidráulica (pergunta dirigida apenas para quem é proprietário de carro que não usa direção elétrica, que dispensa o fluido)? Tem que trocar também?
Resposta: Sim!
Durante muitos anos, vi e ouvi mecânicos afirmarem, categoricamente, que "fluido de direção hidráulica não deve ser trocado e nem é bom mexer nele, pois pode dar problema na caixa de direção".
Tal afirmação é absolutamente infundada e só mostra o grau de despreparo de alguns profissionais para com o tema.
A primeira afirmativa que faço, com absoluta certeza, é a seguinte: Nada dura para sempre e nada é eterno.
Pode até ser que alguns lubrificantes durem o mesmo que a vida útil do automóvel, mas acho, sinceramente, difícil que mantenham suas características físico-químicas intocadas por todo esse tempo. Assim, prefiro gastar alguns tostões e manter os fluidos dos meus carros em dia.
Se verifico que um fluido, qualquer que seja, mantém contato com qualquer superfície metálica e, de certa forma, serve, com sua reserva alcalina, para garantir a não oxidação de tal metal, já sei que o fluido terá uma vida útil determinada.
Assim acontece com o óleo do motor dos nossos carros. Mesmo que os motores fossem a ar, não trabalhassem com qualquer tipo de combustível fóssil ou vegetal (fontes de contaminação do lubrificante), teríamos a questão da acidificação crescente do lubrificante, por conta da sua interação com o meio metálico (peças internas do motor) no qual atua.
Desta forma, discordo frontalmente daqueles que defendem que, em caixas de câmbio automáticas mais modernas, por exemplo, a troca de fluido seja dispensável... "Isto não existe!", parafraseando o nosso querido Padre Quevedo.
Digo e repito o seguinte: se meu automóvel trocar o óleo hoje, daqui a seis meses, mesmo que não rode um quilômetro sequer, trocará o lubrificante de novo. Qual o porquê? A oxidação do lubrificante, que faz com que sua função de prevenção/proteção seja alterada para a de oxidação/corrosão... Entenderam?
Já falei que fluidos de freio, que não sejam os constituídos à base de silicone, são higroscópicos.
Higroscópicos? Que droga é isto?
Bem, trata-se de característica do fluido que o faz absorver umidade do meio ambiente, fazendo, assim, numa escala crescente, que seu ponto de ebulição, quando exposto ao calor, diminua e, também de maneira crescente, faz com que, sob altas temperaturas, surjam bolhas de ar no sistema, causadas exatamente pela presença de água/umidade no interior do sistema de freio.
Fora esse aspecto, há outros prejudiciais à longevidade do sistema de frenagem dos carros. O envelhecimento do fluido de freio faz com que sua função de proteção anticorrosiva e de lubrificação dos componentes seja gradativamente perdida, expondo cilindro mestre de freio - aquela peça que fica ligada diretamente a uma peça que parece uma panela grande fechada (hidrovácuo), e que tem, sobre si um reservatório com o fluido de freio, conforme a foto que estampa o início deste post -, cilindros de roda (conhecidos como "burrinhos de freio", nos carros com freios a tambor na traseira), válvula equalizadora (nos casos dos carros que ainda a possuem...), pinças e válvulas do sistema antitravamento (ABS) a desgastes prematuros e, sobretudo, caros quanto à reparação ($$$).
Pessoal, uma garrafinha de 500 ml de um bom fluido de freio DOT 5.1 custa, hoje, cerca de R$ 25,00 (vinte e cinco reais).
Uma troca de uma bomba com eletroválvulas, de um ABS, deve custar, quando a troca é feita por uma peça novinha em folha, por volta dos R$ 3.000,00 (três mil reais).
E aí? Melhor gastar R$ 100,00, em dois litros de fluido novo de freio, ou "jogar para a frente", deixando a manutenção de lado, e gastar mais de R$ 3.000,00, entre peças e mão-de-obra?
Agora você, leitor querido, já sabe que é melhor substituir, de tempos em tempos, o fluido de freio. Mas, de quanto em quanto tempo isto deve ser feito?
Hoje, a qualidade dos fluidos melhorou muito, quimicamente falando. A troca, portanto, pode ser feita de dois em dois anos e o amigo leitor estará com o sistema de freios garantido por um longo tempo. Se quiser fazer a roca anualmente, pode fazer também! Sem problemas! Mas quando optei pela anualidade, sempre me deparava com um fluido ainda límpido, novo, no interior do reservatório que fica logo acima do cilindro mestre do sistema de freios.
Para quem usa fluido DOT 5, com base de silicone, serve a mesma dica?
Não. Obviamente, trata-se de um fluido com compressibilidade muito maior, o que é uma desvantagem em termos de aplicação, pois exige maior esforço na operação do pedal do freio (conforme já explanado...), mas, por outro lado, não é higroscópico e não perde suas características físico-químicas da mesma forma que o DOT 5.1, DOT 4 e, do já em desuso, DOT 3.
Pode ser trocado a cada 4 ou 5 anos de operação, sem problemas.
De fato, o DOT 5, cuja composição leva o silicone hidrófobo, dura muito mais que qualquer fluido à base do polímero polietilenoglicol.
E como a substituição é feita?
Bom, atualmente, os autocentros possuem máquinas elétricas (bombas de pressão positiva) que evitam a velha troca de fluido em se pressionando o pedal de freio inúmeras vezes enquanto um mecânico "sangra" cada uma das válvulas de saída de fluido, presentes em cada uma das rodas do automóvel.
Melhor, então, levar o carro a um autocentro e ver que, com uma mão-de-obra barata, cerca de R$ 80,00 (oitenta reais), pode-se substituir o fluido em sua inteireza, e ainda com rapidez. No velho método de troca, o mecânico desmontava as rodas do carro e, partindo da roda mais distante do cilindro mestre do sistema de freios, pedia que alguém pressionasse o pedal de freio, enquanto abria uma pequena válvula presente em cada um dos burrinhos de freio traseiros e das pinças de freio dianteiras (no caso dos carros com freios traseiros a tambor, obviamente). Aí, "sangrava" o sistema de freios até começar a sair pela válvula o fluido novo que fora colocado no reservatório do freio que fica por sobre o cilindro mestre.
Bem chato este método antigo, não acham?
Opte pelo método mais moderno e economize seu tempo e seu dinheiro...
E quanto à direção hidráulica? De quanto em quanto tempo se troca o fluido?
Bem, a direção hidráulica e seu circuito, formado por bomba de pressão, caixa de direção e mangueiras de pressão, trabalha com o mesmo tipo de fluido utilizado na transmissão automática.
Então aqui vale a mesma dica que foi dada no que concerne às transmissões automáticas: Vá de DEXRON VI!
É o fluido mais moderno, o que espuma menos e o que mais protege em ermos de desgastes. E quando digo isso, quero dizer o seguinte: É o que te vai permitir rodar mais tempo sem aporrinhações! 
Pronto!
Falei!
Faz algum tempo que li o manual de um GM Vectra, no qual estava escrito que o fluido da direção hidráulica era uma DEXRON II e que não havia necessidade de troca do fluido.
Ora, ora! O DEXRON II já era um fluido de direção ultrapassado para a época em que li tal informação, de maneira que o mínimo que o proprietário de um carro bom, como o Vectra, poderia fazer, seria substituir o tal fluido por um de classificação DEXRON III, mais moderna.
Só que, hoje, já há o DEXRON VI, de modo que, se vai fazer o serviço, faça o que o que melhor vai proteger o sistema.
Faça para valer à pena!!!
Em matérias de fluidos, a ordem é sempre a seguinte: Suba de classificação sempre! Descer, jamais!
E, de quanto em quanto tempo, deve-se rocar o fluido da direção hidráulica?
Bem, a questão não é tão simples como a proposta inicial do texto fazia prever...
É necessária uma avaliação do comportamento do sistema, quanto ao seu funcionamento, para saber a hora certa de trocar.
Sempre troquei todo o fluido dos sistemas de direção hidráulica dos meus carros quando os mesmos completavam a marca dos 30.000 (trinta mil) quilômetros, ou dois anos de uso. Assim, sempre que eu mudava o fluido de freio, também mudava o fluido da direção hidráulica.
E qual o porquê da troca após dois anos ou 30.000 quilômetros?
O fluido de direção hidráulica atua sob pressão e sob pressão não constante. O ápice do sistema ocorre nos máximos esterçamentos da direção, quando a cremalheira interna (peça responsável por receber o movimento oriundo do volante de direção) da caixa de direção hidráulica chega ao seu fim de curso.
Além disso, trata-se de fluido exposto a calor e à ação da oxidação interna dos próprios componentes da bomba de direção hidráulica e da caixa de direção hidráulica, de modo que a reserva alcalina do fluido tem prazo de validade.
Não é bom um fluido que, ao invés de proteger contra corrosão, ajuda a corroer... Vocês não acham?
Mais um ponto: a viscosidade do fluido, quando novo, opera diretamente na força que será necessária para mover o volante de direção. Assim, quanto mais viscoso e perfeito, quanto às suas características físico-químicas, o fluido estiver, melhor será para o sistema de direção hidráulica e para os braços do motorista, que estiver colocando o carro naquela vaga bem apertada, no meio da rua, tendo que esterças várias vezes para encaixar o carango naquele espaço mínimo...
Será que eu estou deixando claro para os meus amigos leitores a importância de se manter, em dia todos os fluidos dos automóveis?
Será que eu estou sendo didático?
Falaremos, no próximo post, sobre algumas peculiaridades outras e maiores dos fluidos de direção hidráulica, notadamente no que tange à linha de automóveis da PSA (Peugeot/Citroen), que utiliza fluido de direção sintético e bem diferente do utilizado na maioria dos carros que ainda usam sistema hidráulico ou eletro-hidráulico.
A gente volta a se falar em breve, pessoal!
Um beijo enorme no coração de todos!

Xamã do Brasil

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