segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Boa noite, leitores!

Transmissão automática é uma delícia, não é?
Não importa o número de marchas. Podem ser quatro, cinco, seis, sete, oito e, até nove marchas, mas o conforto é garantido, sobretudo naquele dia em que a cidade inteira resolveu ir para as ruas e parar o trânsito e o tempo começa a passar devagar demais na solidão da ida para o trabalho ou da volta para a casa.
O automatismo das passagens de marcha e a ausência - bem desejada, diga-se de passagem - do pedal de embreagem começam, nestas situações, a fazer nítida diferença para melhor...
Então, vamos falar um pouco sobre a tal "transmissão automática"?
"Mas Xamã do Brasil, eu não entendo nada de mecânica ou de transmissão automática! Como vou ler sobre o assunto ou vou falar e discutir sobre ele?", deverá estar se perguntando o leitor.
Olhem bem, meus amigos, vou escrever como se estivesse falando para alguém que nunca ouviu falar do assunto, entenderam? Alguns termos técnicos parecerão exageradamente complicados, mas vou explicando, ao longo do tempo, como as coisas acontecem e o que são as coisas de que falo, OK!?!
Vamos pensar na situação em que a pessoa só sabe abrir a porta do carro, entrar, sentar ao volante, ligar o motor e tirar a alavanca do câmbio automático da posição "P" (Parking) para a posição "D" (Drive) e que, esta pessoa, começou a ler este blog neste exato momento.
Vou explicar devagar e gradativamente a coisa.
Primeiramente, como devemos chamar o câmbio automático do carro que temos, não temos e queremos muito ter ou que não temos, mas nos interessamos?
Qual o porquê de ainda se ouvir falar em "transmissão hidramática"?
Já ouviram falar em "hidramático"? Quando criança, eu ouvia direto se falar nisso... E não tem tanto tempo assim...
O começo de toda a explicação, entendo eu, blogueiro iniciante, deve se dar pela denominação do engenho.
As terminologias "transmissão hidramática" e "câmbio hidramático" resultam, na verdade, do fato de ter existido um fabricante americano de automóveis, a Oldsmobile que, em 1940, lançou a caixa de marcha automática, cujo nome era Hydra-Matic (daí o natural aportuguesamento para "hidramático"...), como um opcional que custava apenas U$S 57,00 (cinquenta e sete) dólares - cerca de R$ 216,60 (duzentos e dezesseis reais e sessenta centavos, no câmbio de hoje (U$S 1,00 = R$ 3,80) - para todos os seus carros. 
A ideia da caixa automática, aliás, remonta o ano de 1904 e teve por base um projeto desenvolvido pelos irmãos Sturtevant, naturais da cidade de Boston, mas seu conceito atual, que ainda está presente nos veículos de hoje, marcado pela presença de uma peça interna, denominada "conversor de torque", só viria a existir em 1948, quando uma outra fabricante de veículos norte-americana, a Buick, lançou a transmissão denominada "Dynaflow" (fluxo de força).
Portanto, pessoal, falar "hidramático" não é o mais adequado quando estivermos conversando sobre transmissões de automóveis. O melhor, mesmo, é falar "câmbio automático", OK!?!
Estas transmissões automáticas que mencionei, chamadas de Hydra-Matic funcionavam a contento, mas se notabilizaram pela complexidade interna e dificuldade de se encontrar mão-de-obra especializada em fazer suas manutenções preventiva e corretiva, de modo que foram as responsáveis, principalmente no Brasil e em um passado não muito distante, pela má fama que carregaram os câmbios automáticos.
Quando criança, lembro-me de meu pai falando que carro automático era um casamento com desfecho certo e infeliz, eis que a manutenção era extraordinariamente cara e a mão-de-obra especializada muito difícil de conseguir. 
E era mesmo!
Só que tinha muita "bala" ($$$) comprava carro com transmissão automática.
Tá bom. Mas... E hoje? Como a coisa está? Melhorou? Piorou? O que aconteceu com os tais câmbios automáticos ou transmissões automáticas?
Evoluíram muito e adotaram a eletrônica como principal parceria em seu funcionamento.
Atualmente, não conheço mais transmissão automática que não seja gerida por uma central eletrônica e por um processador lógico que já trabalhe, associado a uma memória interna, sob o domínio de diversas variáveis utilizadas como fatores determinantes ou não para a troca ascendente ou descendente das marchas.
De fato, não há.
Falando em um português muito franco, para que fique bem claro para quem nunca leu acerca do assunto, as transmissões automáticas de hoje são, essencialmente, comandadas pela eletrônica.
Tá! Mas se tenho um carro com transmissão automática, como faço para cuidar dela, deve estar se perguntando o leitor, neste exato momento.
Vou ser sincero: É mais simples, mais fácil e mais barato do que, inicialmente, manuais e profissionais da área gostam de fazer transparecer.
A transmissão automática de hoje dá mais trabalho - apenas no que concerne à manutenção preventiva, que fique esclarecido - em função dos componentes mecânicos ínsitos ao seu funcionamento. Não é a parte eletrônica o que é mais problemático quando tratamos do assunto.
A parte mecânica de uma caixa de marchas automática dotada do tradicional "conversor de torque", é absolutamente diferente do conceito mecânico de uma caixa manual, em que o motorista faz, a todo momento, trocas de marcha. Há câmbios/transmissões automatizadas, mono-embreagem e dupla embreagem, mas este tema não será abordado aqui - pelo menos por enquanto -, para evitar confusões e uma leitura pouco prazerosa.
A questão da terminologia utilizada e dos termos técnicos, como "conversor de torque", por exemplo, serão explicados futuramente.
Primeiramente, durante o funcionamento da caixa automática, há um item que é de primordial importância para a sua operação: o fluido.
Toda a caixa/câmbio/transmissão automática necessita de um fluido hidráulico em seu interior que, sob pressão positiva, fará com que componentes internos se movimentem e a operação do engenho se torne possível.
Este fluido, normalmente de cor avermelhada, recebe classificações diversas e é conhecido mesmo como fluido de transmissões automáticas. É um fluido que também é utilizado nas direções hidráulicas de muitos automóveis ainda em produção, sendo que - vale à pena destacar - vem ocorrendo a gradual substituição dos sistemas hidráulicos por caixas de direção elétricas, em que um motor desempenha a função da bomba hidráulica do sistema e do próprio fluido.
Este fluido tem vida útil e prazo para a troca e, neste ponto, é que aparece o maior cuidado que o leitor tem que tomar com o câmbio automático.
Não aceite nunca as máximas do fabricante que, muitas vezes, anuncia que é desnecessária a substituição do fluido hidráulico da transmissão. Ora bolas, nada é eterno! Nós não somos eternos! Então, me diga o leitor: Como é possível que um fluido hidráulico, submetido a pressões e temperaturas elevados, possa durar para sempre e nunca - eu disse "nunca" (!!!) - precisar de substituição?
É óbvio que isto não é uma máxima verdadeira. Na verdade, trata-se de uma máxima calculada, que prevê que a não troca do fluido fará com que o proprietário do automóvel, depois de vencido o período de garantia concedido pelo fabricante, precisará gastar horrores com uma não desejada manutenção corretiva.
É, pessoal, a transmissão automática sofre desgastes e quebra. E custa caro substituir componentes mecânicos e eletrônicos do seu interior...
Em tempos de crise econômica, de desgoverno, com a Brahma gelada custando mais de R$ 7,00, com a caipirinha custando mais de R$ 12,00 e com o dólar batendo a casa dos R$ 4,00, ninguém vai querer mandar para um mecânico especializado um engenho que ainda utiliza, como peças principais, componentes importados e que, normalmente, são cotados pela moeda americana, vai?
Eu, particularmente, não!
Optei, então, por escrever acerca de como seria mais fácil fazer a manutenção preventiva da caixa de marchas automática e evitar, com isso, gastos desnecessários.
Não vou mentir para o leitor: O gasto com o conserto de uma transmissão automática, no Brasil, gera custos na casa dos R$ 3.000,00 (três mil reais) ou bem mais, além de causar a desagradável imobilização e inutilização do veículo por alguns preciosos dias.
Normalmente quando o carro dá defeito, estamos naqueles dias em que mais precisamos deles e quando o "dindim" está curto, não é mesmo?
Então, vamos lá: Como deve ser feita a manutenção preventiva de uma transmissão automática?
Simples.
Basta substituir o fluido hidráulico, indispensável ao seu funcionamento.
E como é feito isso?
Primeiramente, o leitor deve ir ao manual do proprietário do veículo, em que constam as especificações do fluido e guardar, principalmente, a quantidade de fluido que o câmbio automático leva em seu interior.
E digo: Guarde com maior atenção a quantidade do fluido. Não dê tanta atenção ao tipo do fluido. Já te digo o porquê de ter afirmado isso...
No caso do meu carro, o manual fala que a transmissão carrega 6,7 litros, mas que "a troca do fluido é dispensável em toda a vida útil da transmissão".
Bom, vocês já sabem que não dei a menor importância para o que o fabricante disse, pois o fluido necessita de troca sim.
Durante o funcionamento da transmissão, limalha de aço (pequenas partículas de metal...) e material de fricção (pó mesmo!), oriundo do funcionamento dos discos de fricção internos do câmbio automático, são misturados ao fluido hidráulico que é responsável pelo funcionamento do engenho.
O fluido vai sendo, gradativamente, contaminado por estes materiais e é preciso, então, que a transmissão tenha um filtro, internamente, para que estes componentes prejudiciais ao funcionamento da transmissão não a levem ao colapso, à destruição.
E o filtro existe, mas a sua capacidade de retenção de sólidos, de particulados, não é infinita. Como em todo o filtro que se preze, há prazo para a troca também e vida útil calculada.
O ideal é que o fluido hidráulico da caixa automática seja substituído quando ainda se apresenta em condições físico-químicas adequadas e quando ainda não ocorreu a saturação do filtro por particulados, pois se ganha com isso -  e muito -  em vida útil dos componentes internos.
Mas vamos voltar a falar para o leitor que é leigo no assunto.
O mesmo já deve estar perdido e com receio de usar o carro com a transmissão automática. Afinal de contas, para este leitor, não havia esta questão do fluido e o que o mesmo imaginava era que a transmissão duraria tanto quanto o carro, sem qualquer necessidade de manutenção, não é mesmo?
Bom, agora, o leitor atento já sabe que tem um líquido avermelhado - há casos em que o fluido, quando novo, apresenta um aspecto marron, meio "caramelado" - dentro da caixa de marcha automática que estraga com o tempo e que precisa ser trocado.
Qual o líquido que deve ser usado, para substituir o velho? Como posso prolongar por muitos milhares de quilômetros a vida útil da transmissão do carro, sem incorrer em gastos elevados e sem ficar nas mãos de mecânicos que vão "tirar o couro" na hora de cobrar pelos serviços efetuados?
Todas estas respostas serão dadas no próximo post.
Me animei demais e, esta publicação ficou enorme.
Daqui a pouco, nos encontramos de novo, pessoal.

Um abraço enorme a todos,
Xamã do Brasil.

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