Vamos voltar a falar de transmissão automática?
Terça-feira, véspera de sorteio de Mega-Sena acumulada em mais de R$ 200 milhões, e resolvo voltar ao tema, que tratamos já faz algum tempo, em estágio inicial, incipiente.
Falei pouco, mas penso que é melhor ir por partes... Dar tempo para a mente aprender e apreender algumas coisas.
Acho que fica mais prazeroso...
Falávamos sobre transmissões automáticas epicíclicas, ou seja, falávamos das transmissões automáticas convencionais, dotadas de conversor de torque e de quatro, cinco, seis, sete , oito ou, até, de nove marchas, como as recentes transmissões fabricadas pela ZF e que equipam as versões diesel do Jeep Renegade.
Qual o porquê do termo "epicíclica"?
Normalmente, as transmissões automáticas tradicionais, dotadas de conversor de torque, são assim denominadas por conta da presença maciça de engrenagens planetárias nos seus interiores que, conforme a definição do dicionário Aurélio no que concerne ao substantivo masculino "epiciclo", realizam uma espécie de movimento em órbita ao redor de uma engrenagem principal, central.
Tá ficando complicado este papo, não está?
Bem, vejam este vídeo abaixo, para observar o que são estas engrenagens planetárias.
Elas são as engrenagens menores, em número de três, que giram ao redor de uma engrenagem central maior. Estas três engrenagens menores transmitem, por conta da rotação da engrenagem exterior - que é aqui representada pela engrenagem maior de todas, dotada de dentes internos - , e que está ligada à peça que chamo de "conversor de torque" do câmbio automático, movimento em certa velocidade à engrenagem interior central e única.
Esta engrenagem central, concêntrica, movida pelas três engrenagens planetárias, é que manda movimento para as rodas do automóvel
Assistam o vídeo e vejam como funciona uma transmissão automática. Está nesse movimento específico, em órbita das engrenagens menores, o porquê do termo "epicíclico" ou "epicíclica" para este tipo de caixas de marcha:
Ufa!
Quanta coisa nova neste post!
No caso do vídeo, os amigos viram apenas o exemplo de uma marcha engatada.
Imaginem, agora, se existisse a possibilidade de alterar o funcionamento desse mecanismo, invertendo a ordem das coisas... Vamos imaginar que a força do motor chegue às engrenagens planetárias, também chamadas "engrenagens epicicloidais", pela engrenagem central e as engrenagens planetárias, ao invés de fazerem girar o eixo central, façam girar a engrenagem exterior maior, dotada de dentes internos, que agora será a responsável por transmitir movimento às rodas do carro... Não haveria, neste caso, uma alteração nas velocidades finais das engrenagens envolvidas no processo de transmissão da potência do motor às rodas?
Sim, haveria!
No primeiro exemplo que citei, a força do motor seria pouca e a velocidade nas rodas seria muito maior ao passo que, no segundo exemplo, mencionado no parágrafo acima, haveria maior rotação do motor e menor velocidade nas rodas, proporcionando mais força e menos velocidade.
Pronto! Os amigos estão vendo como funciona uma caixa de marchas automática!
Não é simples! Não é fácil, mas dá para entender numa boa.
Cada conjunto, como o acima mostrado, oferece estas duas possibilidades e, portanto, oferece duas possibilidades de marchas ou, melhor explicado, permite que se tenham duas marchas.
Perceberam o porquê?
Se sim, sigam em frente na leitura. Se não, voltem a ver o vídeo e observem a clara diferença nas velocidades do eixo ou engrenagem central e a engrenagem externa - círculo externo -, cujos dentes são internos.
Cada conjunto de engrenagens, que permite a obtenção de duas marchas, como o que acabei de mencionar e exemplificar através do vídeo, recebe o nome de "bolacha epicicloidal" e, quanto maior o número de conjuntos, maior o número de marchas de uma transmissão automática.
Vou mostrar outro vídeo que mostra como funcionam as trocas de marcha em uma caixa automática.
Vejam só:
Não é interessantíssimo este mecanismo?
Eu acho muito legal passar a entender as coisas e não ver as máquinas como um desafio ao nosso conhecimento.
O vídeo acima deixa algumas dúvidas, mas serve de exemplo. Eu mesmo, faz alguns anos atrás, tive de assistir algumas vezes para desmistificar o funcionamento de uma transmissão epicíclica. No caso do exemplo da animação, trata-se de uma transmissão de apenas três velocidades, já deveras ultrapassada, que chegou a equipar carros da década de noventa, mesmo que com alguns melhoramentos.
Hoje, a coisa evoluiu muito e há as transmissões epicíclicas de até nove marchas, com o chamado "lock up" de conversor de torque, mas vamos devagar, pois já abordei muita coisa nova no dia de hoje.
Qualquer dúvida, estou à disposição dos amigos/leitores deste blog.
Com certeza, dúvidas existirão e ficarão nas mentes pensantes dos amigos, mas estarei aqui para ajudar.
Uma boa noite a todos!
Xamã do Brasil.
Muito boas as informações!! Continue postando!!
ResponderExcluirObrigado!
Rodrigo Rodrigues, boa tarde!
ExcluirMuito obrigado pelas palavras!
Vou voltar a postar sim e com força!!!
Tô muito envolvido em uns projetos aí e não tô conseguindo tempo para dedicar, ao blog, a atenção que meus leitores merecem.
Mas vou voltar a postar sim!
Muito obrigado e divulgue ao máximo!!!
Boa noite estou pensando e comprar um Ford Ka automático mas estou meio pensativo no que diz a qualidade e se vai ter aquele tranco na mudança deacha
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